Arte Pop e sua relação com o Surrealismo e Dadaísmo


Marilyn Monroe - Andy Warrow

A Arte Pop buscou, dentre outras coisas, fugir da criação artística voltada às elites acadêmicas trazendo para si, imagens que possuíam grande relação com a realidade do povo. E este conteúdo foi encontrado nos produtos e utensílios da época, nos filmes e histórias em quadrinhos, nos artistas e em tudo o que o capitalismo pode criar, em termos de produto, que suprissem às necessidades das empresas do pós-guerra a continuarem produzindo e alimentando a economia. As pessoas já não possuíam gosto pelas obras abstratas.
A nova realidade não era propícia para a erudição intelectual nas camadas populares, mas sim de algo já digerido pelo público através da propaganda e que, se tornando arte, levaria o povo a refletir o seu papel a partir da crítica contida nestas obras. A nova figuração partia de um ponto indispensável a este grupo: tornar os produtos do consumismo sujeitos, dentro das novas frases artísticas, passando a não mais incentivar o consumo, mas a criticá-lo, gerando a opinião nas classes populares e excluídas do raciocínio livre das opiniões dominantes do consumismo capitalista.


O que fazem os lares de hoje ser tão diferentes, tão atraentes? - Richard Hamilton

Esta estética possui em sua essência a ruptura da abstração erudita vigente, tornando a arte acessível a todos. Em seu tempo, causou polêmica por unir propaganda e arte sob forma de crítica durante o pós segunda guerra. O Dadaísmo, também surge em um momento seguinte a uma guerra, a primeira guerra mundial. O caos estabelecido em toda a Europa influencia diversos artistas a romperem com todas as correntes e estilos anteriores, passando a criar algo do zero, reconstruindo a trajetória da arte em uma nova origem.

A Fonte - Marcel Duchamp

O Dadaísmo propõe uma desconstrução, ou melhor, uma destruição de todo e qualquer estilo artístico, gerando uma estaca zero na arte devido ao caos da guerra. Posterior ao Dada, o Surrealismo propõe a reconstrução da arte a partir do marco zero do dadaísmo, com a fuga da realidade, já que não existe mais racional após uma guerra sem uma razão explicita ou mesmo aparente. A criação no surrealismo parte do inconsciente, que para os surrealistas, é a criatividade em estado bruto. Daí a exclusão da realidade como inspiração para as obras.

A persistência da memória - Salvador Dalí


A pop art e o minimalismo propõem algo parecido em termos de atitude, mas com um conteúdo diferenciado. Após uma segunda guerra mundial sem explicações convincentes, e ainda, com um forte espírito consumista ainda mais inexplicável (do ponto de vista racional, e não capitalista) os artistas da pop art contestam toda a arte vigente e sua erudição. O povo, que após a guerra começa a ser “emburrecido”, não tem recursos para absorver uma arte abstrata e erudita.
Surge a propaganda como tema central da arte, repugnada pelos altos artistas da época, como fator central da arte e da crítica da pop art. O povo tem aí, a possibilidade de apreciar uma arte que já vem digerida e assimilada, mas em outros aspectos. Assim como Marcel Duchamp tirou os objetos de seu contexto funcional original, os artistas da pop art tiraram a propaganda de seu “canto”, para torná-la arte, e assim criar a ruptura necessária para esta inovação de conceitos que perdura de certa forma até hoje, anarquizando a arte e tirando dela toda e qualquer regra que possa limitá-la.

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