Por que todo esse prazo?
Muitas
vezes, nós designers nos deparamos com perguntas como: “Por que todo esse prazo
para criar essa campanha?”, “Hoje você já consegue me mandar a arte?”, “Mas
criar leva tanto tempo assim?” e inspirada nessas perguntas, decidi fazer o
post desta semana.
Primeiramente, você imagina como
é o trabalho de um designer, seu dia-a-dia? Mesmo sem nenhum job, o designer
está sempre em busca de novas referências visuais e tendências para alimentar
seu repertório e em busca de técnica e ferramentas para serem utilizadas em seus
projetos. Isto é parte do trabalho que será realizado em todo projeto. Ter um
bom repertório permite criar ideias mais amplas e eficazes, solucionando os
problemas de comunicação de seus clientes.
Quando um novo trabalho se
inicia, um bom designer realiza uma extensa pesquisa para melhor entendimento
sobre quem é o cliente, qual a real necessidade dele e quais seus objetivos. É
neste momento que o designer envia um briefing ao cliente (um questionário
contendo uma série de perguntas), que deve ser respondido com o maior nível de
detalhes possível.
Um briefing bem alinhado permite
entender a necessidade da empresa e evita que o trabalho fique fora das
expectativas ou tenha que ser refeito muitas vezes, quebrando cronogramas e
elevando custos. O ideal é que o briefing seja respondido pelo departamento de
marketing ou por um profissional que conheça os planos de comunicação da
empresa. Junto ao briefing o cliente deve enviar o texto, fotos e todo o
material pertinente à criação.
Assim que estiver com o briefing
em mãos, o designer inicia o uso de diversas técnicas para estimular a sua
criatividade e produzir idéias inovadoras. Esses recursos são: painel
iconográfico, brainstorming, brain dumping visual, conexões forçadas, verbos de
ação, painel semântico, codesign e muitas outras que não foram citadas aqui.
Estes são processos físico-mentais que estimulam a obtenção de soluções
criativas realmente funcionais. E é aqui que se diferencia um profissional
realmente capacitado de um amador, o dito “micreiro”.
Após esse período de definição
das idéias, inicia-se a fase de rascunhos (ou rough – pronuncia-se rafe) num
papel, testando de forma prática as idéias produzidas na fase anterior. O
rascunho pode ser de um logotipo, de um layout (diagramação) de um folder e de
qualquer outra peça gráfica.
Só a partir de então o designer
irá começar a trabalhar digitalmente sua idéia, usando softwares criativos,
definindo a distribuição final do conteúdo rascunhado, selecionando grids,
cores, tipografias e outros elementos, para que a criação tenha uma linguagem
coerente com seu público e transmita a mensagem solicitada da forma correta,
gerando os melhores resultados.
Com o layout pronto, chega a hora
de montar a apresentação para o cliente, onde, além do material produzido, deve
haver a demonstração de todo processo criativo até sua concepção. E é neste
momento que o cliente irá compreender o trabalho e aprovar ou não, sugerindo
alterações pertinentes.
Ainda podemos somar as fases de
finalização de arquivo digital e períodos gastos com produção industrial ou de
outros fornecedores criativos (gráficas, programadores, fotógrafos,
ilustradores, redatores etc). Em resumo, o modus operandi do designer não
difere de outras profissões que envolvem o desenvolvimento de produtos, a
exemplo de engenharia, arquitetura e outras.
Portanto, baseado em todas essas
etapas (e outras mais, a depender das especificidades de cada projeto) é que o
designer define o prazo para a entrega de um trabalho. Quanto mais rápido ele
for feito, menos o designer consegue se aprofundar nas etapas ou mais ele
precisa trabalhar diariamente, o que pode interferir na qualidade do projeto.
Assim, finalizando nosso artigo a
Dezê orienta que, para um bom trabalho que alie custos ao resultados, o cliente
planeje suas ações criativas em um cronograma que contemple de forma plena os
prazos propostos pelo seu designer, que trabalhará em maior sintonia com este
para que o projeto renda bons frutos.
Para quem tiver interesse: As técnicas de criação citadas acima
fazem parte do livro: Graphic Design Thinking de Ellen Lupton.
Artigo escrito por Patrícia Dezena - Dezê Design - em colaboração com esse blog