Marcelo Cidade sendo "Fuzilado" por cinco pessoas, enquanto lia uma lista de fatos históricos e revoluções populares. Vamos partir da seguinte análise histórica: se desde o Cubismo, as artes plásticas passam a sair da rigidez das telas e esculturas, passando a ter uma conotação mais livre. Passa a ser mais interativa e multimidiática, no sentido que mistura diversas formas de arte e recursos para a criação. Então, por que não classificar a performance “Fuzilamento” de Marcelo Cidade como uma manifestação artística? Nela, cinco pessoas atiram cimento em um sexto elemento, despido, e em posse de um manifesto onde relaciona diversos fatos históricos e revoluções populares, podemos julgar isso como arte? Marcelo Cidade expressa-se de uma forma muito bem sucedida no episodio analisado, no Itaú Cultural em 2005. Podemos dizer que se tornando uma estatua após a leitura de um manifesto, regado a revoluções sociais e pessoais e do “martírio” do próprio fuzilamento com o cimento atir...
Máscaras Sensoriais, de 1967, da artista Lygia Clark. Lygia Clark, originalmente é pintora. Ao mudar-se para o Rio, inicia seus estudos com Burle Marx e depois, muda-se para Paris, onde acaba iniciando um profundo estudo artístico com Fernand Léger, Arpad Szenes e Isaac Dobrinsky. Quando retorna ao Brasil, participa do Grupo Frente, juntamente com Hélio Oiticica e posteriormente funda o Grupo Neocontreto. Ao iniciar a sua transição da pintura para as obras tridimensionais, passa a criar obras onde o publico é levado a interagir com a mesma, gerando uma reação de experiência mais profunda com a arte. Suas pesquisas nessa área se tornam tão profundas que ela passa a desenvolver arte não mais voltada ao corpo, mas a partir do corpo, chegando até a propor e estudar formas terapêuticas no uso da arte. "Nildo da Mangueira", P4 Capa I. Parangolé,1964 Hélio Oiticica inicia seus estudos com Ivan Serpa, líder do Grupo Frente junto com seu Irmão, César Oiticica e neste período, começa a...
O original hoje se confunde com o que é uma releitura, gerando a crise da noção de plágio. Não temos os mesmos valores em se tratando de originalidade de criação, do que a algum tempo atrás. E já que não temos mais regras para a criação, poderemos reproduzir uma obra de um autor consagrado, dando-lhe um novo olhar. Exemplo como os filmes "Kill Bill" ou "Moulin Rouge", que fazem menção quase que explícita ao circo chinês ou à peças de arte moderna ou musicais contemporâneos. Não se julga mais uma obra pelo que se cria, mas como se cria. Obviamente, se torna muito mais fácil criar algo novo sem regras formais e com o vasto conteúdo hoje disponível a servir de inspiração do que se fazer criativo dentro de um conceito definido de aprovação, como havia no período clássico. Antes, não poderíamos copiar a Monalisa e colocar um bigode, por exemplo, dando-lhe um aspecto irônico como se fez no Dada. Hoje, podemos "copiar” uma obra, alterando-a para criar uma impressão...