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Mostrando postagens de 2007

Made in China ou Made (baseado em) China?

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O original hoje se confunde com o que é uma releitura, gerando a crise da noção de plágio. Não temos os mesmos valores em se tratando de originalidade de criação, do que a algum tempo atrás. E já que não temos mais regras para a criação, poderemos reproduzir uma obra de um autor consagrado, dando-lhe um novo olhar. Exemplo como os filmes "Kill Bill" ou "Moulin Rouge", que fazem menção quase que explícita ao circo chinês ou à peças de arte moderna ou musicais contemporâneos. Não se julga mais uma obra pelo que se cria, mas como se cria. Obviamente, se torna muito mais fácil criar algo novo sem regras formais e com o vasto conteúdo hoje disponível a servir de inspiração do que se fazer criativo dentro de um conceito definido de aprovação, como havia no período clássico. Antes, não poderíamos copiar a Monalisa e colocar um bigode, por exemplo, dando-lhe um aspecto irônico como se fez no Dada. Hoje, podemos "copiar” uma obra, alterando-a para criar uma impressão...

Arte de contestação e a falta de cismas de nossos tempos

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Cildo Meireles "PROJETO COCA-COLA" Vários artistas de caráter cismático podemos citar para esta análise. Citando alguns deles, podemos dizer que a relação entre Duchamp, Leirner e Meireles é muito estreita, apesar de viverem em épocas distintas e em contextos bem diferentes. Marcel Duchamp foi um dos alicerces do Dada, vanguarda modernista que questionava toda a forma de arte, criando uma não arte. Um marco zero, sem influências, tentando assim, recriar a arte no pós primeira guerra. Nelson Leirner, que era filho de pais que atuavam no meio artístico, questionava os critérios usados para definir arte em seu tempo. Criou a sua própria não-arte para questionar a arte vigente, chegando a questionar até o porquê de ser convidado a expor em Brasília. Os elementos da natureza, inseridos em contextos culturais remetem muito à idéia dos “ready-mades”, de Duchamp, como o “Mictório”. Digamos que a mesma função que Duchamp teve no início do século XX inserindo “Bigodes e cavanhaque na ...

A correção entre Ligia Clark e Helio Oiticica

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Máscaras Sensoriais, de 1967, da artista Lygia Clark. Lygia Clark, originalmente é pintora. Ao mudar-se para o Rio, inicia seus estudos com Burle Marx e depois, muda-se para Paris, onde acaba iniciando um profundo estudo artístico com Fernand Léger, Arpad Szenes e Isaac Dobrinsky. Quando retorna ao Brasil, participa do Grupo Frente, juntamente com Hélio Oiticica e posteriormente funda o Grupo Neocontreto. Ao iniciar a sua transição da pintura para as obras tridimensionais, passa a criar obras onde o publico é levado a interagir com a mesma, gerando uma reação de experiência mais profunda com a arte. Suas pesquisas nessa área se tornam tão profundas que ela passa a desenvolver arte não mais voltada ao corpo, mas a partir do corpo, chegando até a propor e estudar formas terapêuticas no uso da arte. "Nildo da Mangueira", P4 Capa I. Parangolé,1964 Hélio Oiticica inicia seus estudos com Ivan Serpa, líder do Grupo Frente junto com seu Irmão, César Oiticica e neste período, começa a...

Arte Pop e sua relação com o Surrealismo e Dadaísmo

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Marilyn Monroe - Andy Warrow A Arte Pop buscou, dentre outras coisas, fugir da criação artística voltada às elites acadêmicas trazendo para si, imagens que possuíam grande relação com a realidade do povo. E este conteúdo foi encontrado nos produtos e utensílios da época, nos filmes e histórias em quadrinhos, nos artistas e em tudo o que o capitalismo pode criar, em termos de produto, que suprissem às necessidades das empresas do pós-guerra a continuarem produzindo e alimentando a economia. As pessoas já não possuíam gosto pelas obras abstratas. A nova realidade não era propícia para a erudição intelectual nas camadas populares, mas sim de algo já digerido pelo público através da propaganda e que, se tornando arte, levaria o povo a refletir o seu papel a partir da crítica contida nestas obras. A nova figuração partia de um ponto indispensável a este grupo: tornar os produtos do consumismo sujeitos, dentro das novas frases artísticas, passando a não mais incentivar o consumo, mas a crit...

O que foram os anos 60?

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Kimbi - O veículo se tornou o simbolo da cultura hippie por ser simples e funcional. O que foram os anos 60? O que houve que mexeu tanto com as bases do mundo? Por que são tão polêmicos esses anos? Questões como essa inspiraram a produção desta matéria. Com o olhar acerca da arte, do design e da moda, Camila Saultchuck e Crido Santos vão apresentar a vocês um pouco do que captamos na pesquisa que fizeram. Para isso, vamos comentar sobre os fatos históricos, a cultura, a arte, o que se fazia em design naquela época e o que se fazia em moda. Adentraremos então para a análise das revistas comuns da época, com ênfase nas publicações voltadas para o público feminino e com assuntos voltados pra a moda. Terminaremos apresentando nossa peça gráfica que, alem de abrigar de uma forma diferente nossa pesquisa, exprime visualmente, tudo o que estudamos neste semestre, servindo de painel de referências gráficas e visuais para nós, e para todos os que se interessarem. Historia: Moçambique na décad...

Artigo: As influências da arte no design e na moda, em um editorial brasileiro da década de 1960.

Por: SAUTCHUCK, Camila SANTOS, Euclides GIAZZI, Flávia AMORIM, Renata BELTRAMIM, Vanessa Orientação: PRECIOSA, Rosane. Dr. SUDSILOWSKY, Sérgio. Msc Universidade Anhembi Morumbi. Especialização em Design, Produção e Tecnologia Gráfica. Palavras chaves: arte, moda, design gráfico, editorial. Resumo: O artigo aborda algumas das inter-relações entre arte, moda e design na produção editorial brasileira da década de 1960, utilizando como recorte algumas publicações destinadas ao público feminino. A produção estética da época, representada neste projeto com destaque para as correntes artísticas Pop Art e Op Art, “contaminou” a moda, seja contribuindo com a saturação e o contraste na cartela de cores nos projetos de estamparia, seja nas formas geométricas (geralmente bicolores) resultantes em silhuetas diversificadas. No design das publicações, com ênfase para os editoriais de moda, encontramos as mesmas referências, além de experimentações psicodélicas, resgate exagerado de temáti...